Há uma sequencia que identifica (é a identidade) o Psicodrama, o Sociodrama, o Teatro Espontâneo. Ou seja qualquer ato psicodramático. É a sequencia de aquecimento, dramatização e compartilhamento. Em situações didáticas se acresce do processamento. Vamos nos deter um pouco sobre o compartilhamento. Antes, vamos dar uma olhada nos objetivos de cada uma dessas etapas. Aquecimento é tudo aquilo que se faz para grupalizar aquele agrupamento de pessoas, é sair do contexto social de onde cada um proveio e transitar para o contexto grupal. E, no caso de Psicodrama Bipessoal, o aquecimento é a transição do contexto social para grupo constituído pelo diretor-psicoterapeuta e cliente/paciente. A dramatização é o foco do Psicodrama. Após a grupalização, a construção do contexto grupal, pode surgir representantes grupais que se tornarão protagonistas no palco psicodramático. E o compartilhamento? Percebo que boa parte dos atos psicodramáticos, após a dramatização, não valorizam suficientemente o compartilhamento. Cada uma dessas etapas é vital para a completude e integralidade do ato psicodramático. E, finalmente, para que há o compartilhamento? A plateia psicodramática é plateia, não é público. Publico é passivo, não interage. Publico televisivo, p.ex. Plateia é uma assistência participante, envolvida, aquecida, enfim. Quando há dramatizações em grupo psicodramático, o protagonista, os ego-auxiliares, eventuais participantes, todos se expõem, entregam-se à cena. O compartilhamento, em que os que atuaram ficam por último e o protagonista encerra, é a oportunidade de cada membro do grupo comprometer-se com a cena. Não importa se falando algo bom ou ruim. Mas, não poderá ser crítica. Crítica, "Eu acho", é um não comprometimento com o grupo. Todos dão algo de si, entram no jogo, trazem algo subjetivo. A análise crítica, objetiva, racional, é uma forma de transformar o protagonista no bode expiatório do grupo. Compartilhamento é subjetivo, afetivo. Se na dramatização há um desnudamento dos que participaram, se expuseram, o compartilhamento permite que o grupo os vista com suas expressões. Quando há processamento, e isto acontece em situações didáticas, é que o momento da crítica objetiva, das observações objetivas O diretor psicodramático não pode permitir que no compartilhamento haja intervenções distantes e críticas. Isso dá, dará, aos protagonistas e ego auxiliares uma sensação de abandono, de terem feito papel de bobo. O compartilhamento é a fase crucial para que um ato psicodramático seja produtivo para o grupo, e, não apenas, para o glória técnica do diretor.
sábado, 4 de janeiro de 2020
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